- Home
- Categorias
- mundo
-
A velocidade padrão de voo de cruzeiro é de cerca de 850 km/h, mas na última semana aviões que sobrevoaram o Oceano Atlântico no Hemisfério Norte chegaram a registrar picos de até 1.350 km/h. Avião da Qantas a cerca de 11 quilômetros de altura Sergey Kustov/Via Wikipedia Correntes de vento excepcionalmente fortes nos últimos dias fizeram com que aviões comerciais que sobrevoaram o Oceano Atlântico no Hemisfério Norte alcançassem velocidades maiores do que a velocidade do som, de acordo com reportagens da imprensa dos Estados Unidos. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Um voo da Virgin Atlantic que decolou da cidade de Washington DC, nos EUA, com destino a Londres, no Reino Unido, chegou a voar a quase 1.300 km/h. Segundo informações publicadas em veículos dos EUA atribuídas ao rastreador FlightAware, o avião chegou 45 minutos antes do tempo previsto. Segundo a rede nacional de rádios públicas (NPR), dois outros voos registraram velocidades ainda maiores, de quase 1.350 km/h. É mais do que a velocidade do som, mas como os ventos também eram muito rápidos, a aeronave não chegou a quebrar a barreira do som. Mas qual é uma velocidade normal? De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas, um avião geralmente atinge velocidade máxima a uma altura entre 9,1 quilômetros a 12,4 quilômetros. Quando a aeronave chega a essas alturas, se diz que estão em "voo de cruzeiro". Como é uma região da atmosfera com ar menos denso, os aviões conseguem ir mais rápido. Geralmente, o voo atinge cerca de 850 km/h. Vento fez a diferença A Corrente Atlântica vai do oeste para o leste no Hemisfério norte. É uma corrente rápida, e muitos voos usam o fluxo de vento para viajar economizando querosene de aviação. Geralmente, os ventos são de cerca de 117 km/h, mas é comum que no inverno fiquem ainda mais rápidos. A seção de Baltimore e Washington do Serviço Nacional do Clima dos EUA afirmou que foi registrado o segundo vento mais rápido da história (os registros começam no meio do século 20). "A uma altitude de 10,5 quillômetros, os ventos chegaram a atingir 426 km/h! Para os que estão viajando em direção ao leste, vai ter um baita vento de cauda", disse o serviço na rede social X (Twitter). A corrente de vento fica mais forte se há um grande contrates de temperaturas. Segundo o jornal "Washington Post", no sábado, estava muito frio na região nordeste dos EUA e mais quente no sudeste do país. LEIA TAMBÉM Pioneiro, perigoso e desconhecido: o avião de passageiros mais rápido do mundo construído pela União Soviética Overture: projeto de supersônico pode ter primeiro voo em avião de teste ainda este ano
Fonte: G1 -
Em discurso de campanha, Joe Biden chamou presidente russo de 'FDP louco'. Governo da Rússia disse que fala degrada os Estados Unidos. Montagem põe lado a lado o presidente americano Joe Biden e o presidente russo Vladimir Putin AFP Após Vladimir Putin ser chamado de "FDP louco" por Joe Biden, o governo russo afirmou que o presidente dos Estados Unidos tenta parecer um "cowboy de Hollywood". A resposta foi dada nesta quinta-feira (22). ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Biden xingou Putin durante um evento de campanha em São Francisco, na Califórnia, na quarta-feira (21). Em inglês, o presidente usou as três letras "SOB", abreviação de "son of a bitch" — insulto que pode ser traduzido para o português como "filho da puta". Em resposta, o Kremlin afirmou que o comentário de Biden degrada os Estados Unidos e pessoas que usam esse tipo de vocabulário. O governo russo também disse que o uso "dessas palavras" não atinge Putin, mas soam uma tentativa fraca de Biden parecer um "cowboy de Hollywood". "É improvável que o uso de tal linguagem contra o chefe de outro Estado pelo presidente dos Estados Unidos prejudique o nosso presidente, o presidente Putin", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. "Putin alguma vez usou uma palavra grosseira para se dirigir a você? Isso nunca aconteceu. Portanto, acho que esse vocabulário rebaixa a própria América." No discurso na Califórnia, Biden quis demonstrar sua preocupação com um conflito nuclear. Em outras oportunidades, o presidente norte-americano também chamou Putin de "carniceiro" e "criminoso de guerra". VÍDEOS: mais assistidos do g1
Fonte: G1 -
Brenda Page era uma cientista respeitada que, em um dia de 1978, foi encontrada morta em sua casa. Um caso que levou mais de 40 anos para ser solucionado Brenda disse que tinha medo de Christopher Harrisson, que conheceu em 1971 Newsline Media/Via BBC Um homem que escapou da justiça por mais de 40 anos depois de assassinar sua ex-mulher pensou que era "esperto demais" para ser capturado, segundo o detetive que auxiliou em sua prisão. Christopher Harrisson matou Brenda Page, de 32 anos, em Aberdeen, na Escócia, em 1978, um ano após o divórcio do casal. O detetive James Callander comentou sobre o caso, mencionando que Harrison acreditava ter se safado de qualquer punição, mas durante uma entrevista, acabou se implicando no crime. Isso resultou em sua condenação 45 anos após a morte de Page. Leia também Quem são as ex-atrizes e os ex-atores pornô que hoje são contra a indústria de conteúdo adulto Condenado por estupro, Daniel Alves pode ir para semiaberto em 2025 Todos os detalhes foram revelados em um documentário da BBC chamado "O Assassinato de Brenda Page", que examinou os eventos desde a prisão de Harrisson em 2020 até o julgamento. O documentário inclui o momento em que policiais entram à força na casa de Harrisson, enquanto ele afirma que "ela não foi assassinada aqui". O corpo de Page, uma especialista em genética, foi encontrado em uma cama manchada de sangue em sua casa em Aberdeen em 14 de julho de 1978. Harrisson, um cientista aposentado, foi suspeito do assassinato. Ele foi detido nas horas seguintes ao crime, interrogado, e os promotores do caso elaboraram um relatório. Foi um assassinato que ganhou destaque na mídia, com a polícia buscando peças-chave para encontrar o culpado. No entanto, durante muito tempo, não foi possível encontrar evidências conclusivas para determinar a culpabilidade do ex-marido. O caso de Page foi encerrado, mas 37 anos depois, a polícia recebeu ordens para reabri-lo em 2015. Novo indício O esperma encontrado em um cobertor dentro do apartamento de Page coincidia com o perfil de DNA de seu ex-marido, e um perito forense afirmou que havia 590 milhões de vezes mais probabilidade de ser dele do que de outro homem. Harrisson foi interrogado novamente em 27 de março de 2020 e mais uma vez afirmou não ter tido nada a ver com a morte de sua ex-mulher. No entanto, ele foi formalmente acusado de assassinato. Em março de 2023, Harrisson foi considerado culpado de assassinato após um julgamento que durou 10 dias. Ele foi condenado à prisão perpétua e terá que aguardar 20 anos antes de poder solicitar liberdade condicional. Callander, o principal investigador da polícia, disse à BBC que Harrisson não esperava ser preso 40 anos após a morte de Page. Brenda Page foi assassinada em 1978 Família Page/Via BBC "Acredito que a inteligência dele foi parte do seu declínio, porque ele pensou que era inteligente demais para ser considerado culpado 40 anos depois", apontou Callander. "Durante o interrogatório com a polícia, ele foi quem conectou algumas peças do quebra-cabeça até certo ponto, mas não percebeu isso", acrescentou. Segundo Callander, o assassino acreditava que sua inteligência superava todas as outras e que poderia escapar impune. "No entanto, não foi o caso, pois ao revisar as respostas desse interrogatório, ele se incrimina sozinho. Não há a menor dúvida sobre isso", explicou o detetive. Os dois cientistas se casaram em 1972, mas se separaram quatro anos depois. Page conseguiu um apartamento, e o casal finalmente se divorciou em 1977. Page sempre reclamou de ser infeliz no casamento e disse que temia seu marido. Brenda Page, à esquerda, é fotografada com a mãe e a irmã Família Page/Via BBC Compreensão da violência doméstica Ao ser questionado sobre o que havia mudado quando o caso retornou aos tribunais, Callander afirmou que "houve uma melhor compreensão sobre o controle coercitivo que ele exercia sobre ela e a violência doméstica". Callander destacou que a violência doméstica era muito mais tolerada nas décadas de 70 e 80. "Isso não se limitava apenas ao âmbito familiar, mas se estendia à polícia e à sociedade em geral", observou. "Felizmente, esse cenário avançou consideravelmente. E isso foi provavelmente o mais importante para resolver o caso: uma compreensão mais profunda sobre o tema." Ele também mencionou que a polícia que investigou o assassinato em 1978 fez "um trabalho tão bom quanto o que faríamos hoje". "Tudo se resume realmente à sociedade. Será que a sociedade falhou com Page em 1978?", questionou. "Possivelmente sim, mas estamos analisando isso de uma perspectiva diferente em 2024." O sobrinho de Page, Chris Ling, de 59 anos, compareceu diariamente ao julgamento de Harrisson. "É uma sensação muito estranha chegar ao tribunal e ver o cara acusado de assassinar minha tia andando entre nós. Ele está simplesmente lá, sabe?", disse Ling à BBC. "É tão diferente do que eu me lembro. Parece tão velho... faz você pensar como minha tia estaria agora", acrescentou. A irmã de Page, Rita Ling, de 88 anos, afirmou que passou anos aguardando que a polícia conseguisse as provas necessárias para condenar o assassino. Ela também lamentou a ausência da irmã. "Há uma foto de nós três em um casamento, com minha mãe no meio, Brenda de um lado e eu do outro. Eu achei que éramos um bom trio, fazíamos coisas juntas. Agora é apenas um espaço vazio."
Fonte: G1 -
Sentença diz que ele jogou a mulher no chão do banheiro de uma boate em Barcelona, imobilizou-a e penetrou sem consentimento. Pena foi atenuada após pagamento de 150 mil euros (R$ 801,2 mil) para ser entregue à vítima. Defesa do ex-jogador anunciou que vai recorrer da decisão do tribunal. Daniel Alves é condenado a 4 anos e 6 meses na Espanha por agressão sexual O ex-jogador Daniel Alves foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão por estupro. A sentença foi anunciada pelo tribunal de Barcelona na manhã desta quinta-feira (22) e diz que foi comprovado que o brasileiro agrediu e abusou da mulher no banheiro da boate Sutton, em 2022. A defesa de Daniel Alves informou que vai recorrer da decisão. O prazo é de 10 dias para apresentação dos documentos ao tribunal competente (Leia mais abaixo). A condenação foi divulgada duas semanas após o fim do julgamento que durou três dias. A apelação ainda pode ser feita em duas instâncias, no Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC) e no Supremo Tribunal da Espanha. Enquanto recorrer, Daniel segue preso —pela lei espanhola, ele pode obter direito de sair da prisão em 2025. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Atenuante de reparação A Promotoria espanhola pedia a condenação de 9 anos para Daniel Alves e a defesa da vítima 12 anos. Segundo a sentença, o tribunal aplicou ao ex-jogador uma circunstância atenuante de reparação do dano ao considerar que "antes do julgamento, a defesa depositou na conta do tribunal a quantia de 150 mil euros (R$ 801,2 mil) para ser entregue à vítima independentemente do resultado do julgamento, e esse fato expressa, segundo o tribunal, 'uma vontade reparadora'". Com isso, a pena do ex-jogador foi reduzida por conta da aplicação dessa atenuante, e não por conta do estado de embriaguez dele, argumento utilizado pela defesa de Alves durante o julgamento com o intuito de reduzir o tempo da possível pena. Os 150 mil euros pagos por Daniel Alves ao tribunal foram doados pela família de Neymar, segundo informações do jornal O Globo. Ao g1, a assessoria de Neymar disse que não se manifestaria. Neymar ajuda Daniel Alves financeiramente e juridicamente desde janeiro deste ano. O ex-jogador está sem acesso aos seus bens desde que foi preso, em janeiro de 2023. Segundo o jornal catalão "La Vanguardia", além da redução do tempo de condenação, o atenuante abre a possibilidade para que Daniel Alves possa sair da prisão mediante permissões quando tiver cumprido um quarto da sentença, ou seja, um ano, um mês e quinze dias. Na sentença, o jogador também deverá ter a liberdade vigiada durante cinco anos após sair da prisão. LEIA MAIS: Caso Daniel Alves: jogador pode ter direito a sair da prisão em abril de 2025 Veja os principais pontos da sentença que condenou o ex-jogador a 4 anos e 6 meses de prisão O crime de “agressão sexual” está previsto no Código Penal da Espanha e está tipificado no artigo 178: "Quem atacar a liberdade sexual de outra pessoa, recorrendo à violência ou à intimidação, será punido como responsável por agressão sexual com pena de prisão de um a cinco anos". A juíza Isabel Delgado na 21ª Seção de Audiência de Barcelona também ordenou que Daniel Alves, após cumprir a pena, tenha liberdade supervisionada por cinco anos, fique afastado da mulher por nove anos. Julgamento de Daniel Alves Alberto Estevez/Reuters A sentença, de 61 páginas, considera provado que "o acusado agarrou bruscamente a denunciante, derrubou-a no chão e, impedindo-a de se mover, penetrou-a, apesar de a denunciante dizer que não, que queria ir embora". E entende que "com isso se configura a ausência de consentimento, com o uso de violência e com acesso carnal". A juíza explica que "para a existência de agressão sexual não é necessário que ocorram lesões físicas, nem que haja uma oposição heroica por parte da vítima em manter relações sexuais". Além disso, a sentença especifica que, "no presente caso, encontramo-nos ainda com lesões na vítima, que tornam mais do que evidente a existência de violência para forçar sua vontade, com a subsequente penetração sexual que não é negada pelo acusado". A acusação está satisfeita com a condenação. Entretanto, alerta para danos não reparados. (Leia mais abaixo) Daniel Alves chegou ao local por volta das 10h (6h no horário de Brasília). No momento da leitura da sentença, estavam presentes também as partes no processo contra o jogador: a promotora Elisabet Jiménez; a advogada da denunciante, Ester García; e a advogada de Daniel, Inés Guardiola. LEIA TAMBÉM: Caso Daniel Alves: relembre jogadores condenados ou acusados de assédio sexual Veja os principais pontos da sentença que condenou o ex-jogador a 4 anos e 6 meses de prisão Entenda como foi o julgamento, com cronologia dos três dias de depoimentos Defesa vai recorrer da decisão A advogada de defesa de Daniel Alves, Inés Guardiola, disse na saída do Tribunal de Barcelona que vai recorrer da sentença. "Vamos rever a sentença, mas posso adiantar que vamos recorrer. Ainda sigo acreditando e defendendo a inocência do senhor Alves. Como vocês sabem, quatro anos e meio são muito melhores do que os 9 ou 12 anos solicitados pela acusação, mas é claro que vamos recorrer. Defenderemos sua inocência até o fim", afirmou. A advogada disse ainda que "Daniel Alves está inteiro" e que vai se encontrar com ele à tarde para explicar a sentença. Advogada de Daniel Alves fala sobre sentença do tribunal Acusação feliz com condenação A acusação de Daniel Alves, composta pela Promotoria espanhola e pelos advogados da vítima, comemorou a decisão do Tribunal de Barcelona. Entretanto, o advogado David Sáez disse que apesar de reconhecer a versão da vítima, a condenação poderia trazer um dano não reparado. "Estamos satisfeitos porque a sentença reconhece o que sempre afirmamos: que a vítima estava relatando o que sofreu. Estamos satisfeitos e felizes por ela e por todas as outras (mulheres). Precisamos revisar se o conteúdo integral da sentença, se a gravidade da pena está de acordo com a seriedade dos fatos. Não se reparou o dano e será combatido se precisar", disse Sáez. Advogado da vítima de Daniel Alves fala sobre decisão do tribunal O julgamento O julgamento de Alves durou três dias e terminou no dia 7 de fevereiro, após o jogador prestar depoimento. Na sessão, ele chorou e negou a agressão sexual. Disse ainda que a relação com a denunciante foi consensual. (Leia detalhes mais abaixo) À época, a defesa de Daniel Alves pediu a liberdade condicional e a absolvição dele. Já o Ministério Público local queria nove anos de prisão, enquanto a defesa da denunciante, 12 anos. No total, 28 testemunhas, indicadas pela defesa e pela acusação, foram convocadas pela Justiça espanhola para os depoimentos. A mãe do ex-jogador também participou do julgamento. Lucia Alves, que foi a primeira a chegar ao Tribunal, foi convocada como testemunha. As versões de Daniel Alves Desde o início do processo, Daniel Alves apresentou quatro versões sobre o que aconteceu na boate Sutton. A última foi no julgamento, quando alegou que estava completamente embriagado. Veja abaixo os diferentes relatos que ele já deu sobre o caso. No início de janeiro de 2023, em um vídeo enviado ao canal espanhol Antena 3 depois que o caso veio a público, o jogador negou ter ocorrido relação sexual e disse que sequer conhecia a denunciante. "Nunca vi essa senhora na vida", afirmou. Dias depois, em um primeiro depoimento à polícia, Daniel Alves declarou ter entrado no banheiro junto com a espanhola, mas negou ter havido qualquer relação entre os dois. Em 20 de janeiro, convocado a um segundo depoimento em uma delegacia de Barcelona, quando foi preso em flagrante, o jogador Alves alegou que a jovem praticou sexo oral nele, porém de forma consensual. O atleta mudou a versão ao ser confrontado pela polícia com imagens da boate. Em 17 de abril de 2023, já preso, Daniel Alves declarou à juíza responsável pelo caso que manteve relações sexuais consensuais com penetração (àquela altura, exames periciais haviam encontrado sêmen do jogador na espanhola). O brasileiro, que era casado com modelo espanhola Joanna Sanz, argumentou ter mentido para ocultar uma relação extraconjugal. No dia 7 de janeiro de 2024, durante seu julgamento, ele foi interrogado pela própria advogada. Nesse depoimento, ele chorou e afirmou que bebeu excessivamente naquela noite.
Fonte: G1 -
O ex-jogador foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão pelo crime de agressão sexual. Sua defesa informou que vai recorrer da decisão. Enquanto recorrer, Daniel segue preso, segundo o tribunal. Julgamento de Alves durou três dias e terminou no dia 7 de fevereiro, quando o jogador prestou depoimento. Em depoimento, Daniel Alves chorou e disse que não é violento e conta que estava embriagado Jornal Nacional/ Reprodução Daniel Alves foi condenado nesta quinta-feira (22) a 4 anos e 6 meses de prisão pelo estupro de uma jovem na boate Sutton, em Barcelona, no final de 2022. O julgamento do ex-jogador durou três dias e terminou nesta quarta-feira (7), quando o jogador prestou depoimento. Na sessão, ele chorou e negou a agressão sexual. Disse ainda que a relação com a denunciante foi consensual. (Leia detalhes mais abaixo) ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Durante o julgamento, vinte e oito testemunhas, indicadas pela defesa e pela acusação, foram convocadas pela Justiça espanhola para os depoimentos. LEIA TAMBÉM: Daniel Alves é condenado a 4 anos e 6 meses de prisão Caso Daniel Alves: os principais pontos da sentença que condenou o jogador a 4 anos e 6 meses de prisão Caso Daniel Alves: relembre jogadores condenados ou acusados de assédio sexual Veja abaixo o que aconteceu em cada um dos três dias de processo: Dia 1 - Segunda-feira, 5 de fevereiro Daniel Alves senta no banco dos réus em primeiro dia de julgamento em Barcelona ▶️ No primeiro dia de julgamento, a defesa de Daniel Alves pediu (e conseguiu) que o jogador fosse o último a depor. O jogador, que está em prisão preventiva há mais de um ano, acompanhou a audiência no Tribunal de Barcelona. Ele não estava algemado. Esta foi a primeira vez que ele apareceu publicamente desde que foi preso, em 20 de janeiro de 2023. ▶️A mulher que acusa Daniel Alves prestou depoimento por cerca de uma hora. Ela estava acompanhada de psicólogos e falou aos juízes na mesma sala em que o jogador estava, mas os dois não tiveram contato visual. A imprensa foi proibida de acompanhar o depoimento. ▶️A imprensa espanhola, com base em fontes judiciais, informou que a denunciante manteve sua versão original, a de que foi estuprada pelo ex-jogador. Uma amiga dela também foi ouvida na segunda-feira. Ela disse que Daniel Alves teve um comportamento agressivo e ejaculou dentro da denunciante. ▶️Também no primeiro dia, a advogada de Daniel Alves, Inés Guardiola, afirmou que o jogador se diz vítima de um "tribunal paralelo", criado , segundo ele, pela opinião pública. A defesa pediu a anulação do julgamento, alegando que a juíza responsável pelo caso não aceitou que um segundo perito examinasse a vítima. ▶️A advogada solicitou também que novos testes fossem realizados e, só depois disso, que o julgamento fosse retomado. A juíza não acatou o pedido, e a Promotoria contestou na sessão que todos os direitos do acusado foram preservados. ▶️ Também prestaram depoimento no primeiro dia uma amiga e uma prima da denunciante. Elas falaram na condição de testemunhas. As duas mulheres acusaram Daniel Alves de as apalpar na mesma noite em que a amiga delas denunciou o estupro. Dia 2 - Terça-feira, 6 de fevereiro Joana Sanz, esposa de Daniel Alves, saindo de tribunal LLUIS GENE / AFP ▶️ A modelo espanhola Joana Sanz, esposa de Daniel Alves, prestou depoimento no segundo dia. A imprensa local, que acompanha os depoimentos, informou que a mulher do atleta disse aos juízes que, na madrugada de 31 de dezembro de 2022 (pelo horário local), o marido saiu para jantar com amigos. ▶️ Segundo Joana, Daniel Alves voltou para casa por volta das 4h e muito embriagado. Ela disse ainda que ele "bateu no armário e caiu na cama". ▶️ O depoimento de Joana foi um pedido da defesa do jogador. A expectativa, portanto, era que ela falasse a favor do marido. De acordo com a imprensa espanhola, a modelo pediu divórcio de Daniel Alves ainda no ano passado, após a prisão preventiva dele. A advogada do jogador negou a informação. ▶️ Bruno Brasil, o amigo que estava com Daniel Alves no momento em que ele abordou a jovem espanhola na boate, também prestou depoimento na terça. Disse que não viu a vítima chorar nem manifestar desconforto após sair do banheiro onde, segundo ela, ocorreu o estupro. ▶️ No depoimento, Bruno afirmou que Daniel Alves e a denunciante "dançaram com respeito" e que houve uma "química respeitosa" entre os dois. Dia 3 - Quarta-feira, 7 de fevereiro Julgamento por estupro do ex-jogador de futebol Daniel Alves começa na Espanha Jornal Nacional/ Reprodução ▶️ Dia do depoimento de Daniel Alves à Justiça. Ao responder a perguntas de sua advogada, o jogador chorou e afirmou que bebeu excessivamente na madrugada de 31 de dezembro de 2022. De acordo com o relato do jornal "Marca", o brasileiro chorou bastante, a ponto de ter dificuldade para completar as frases. ▶️ Daniel Alves afirmou ainda que não é um homem violento e que não forçou a denunciante a acompanhá-lo ao banheiro. Disse que mentiu na primeira versão, quando afirmou que não teve contato nenhum com a espanhola. A decisão seria para evitar que sua esposa soubesse. ▶️ No depoimento, Daniel Alves afirmou que chegou às 2h30 da madrugada na boate e que haviam mudado o camarote que ele deveria ocupar. ▶️ O jogador declarou que dançou por um tempo com duas mulheres e que depois convidou outras três -- entre elas, a denunciante. ▶️ Daniel Alves disse que só soube pela imprensa que era acusado de estupro e que está praticamente arruinado, porque suas contas bancárias foram bloqueadas e ele perdeu contratos no Brasil. ▶️ Após a fala de Daniel Alves, representantes do Ministério Público e a advogada de defesa expuseram seus argumentos pela última vez.
Fonte: G1 -
O ex-jogador foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão pelo crime de estupro. Sua defesa informou que vai recorrer da decisão. Enquanto recorrer, Daniel segue preso, segundo o tribunal. Neymar e Robinho já enfrentaram os tribunais por acusações semelhantes. Daniel Alves, Robinho e Neymar montagem/ g1 Assim como Daniel Alves, condenado a 4 anos e 6 meses de prisão nesta quinta-feira (22) no tribunal de Barcelona no caso em que é acusado ter estuprado uma mulher, outros jogadores de futebol são investigados por suspeitas do mesmo crime na Europa. Os jogadores Neymar e Robinho já enfrentaram os tribunais por acusações semelhantes. O atleta do Al-Hilal teve seu nome envolvido em dois casos. Em 2019, foi acusado de estupro e agressão por uma modelo. Dois anos depois, seu nome foi envolvido em uma suposta denúncia de assédio por parte de uma funcionária da Nike. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Já o atacante Robinho foi condenado a nove anos de prisão por violência sexual em grupo. LEIA TAMBÉM: Daniel Alves é condenado a 4 anos e 6 meses de prisão Caso Daniel Alves: os principais pontos da sentença que condenou o jogador a 4 anos e 6 meses de prisão Caso Daniel Alves: relembre jogadores condenados ou acusados de assédio sexual Relembre, abaixo, as investigações de assédio envolvendo os três jogadores: Daniel Alves Daniel Alves é detido em Barcelona durante depoimento e levado para custódia judicial Daniel Alves foi convocado pela juíza responsável por seu caso a comparecer nesta quinta-feira (22) a um tribunal de Barcelona. Ele é acusado de ter estuprado uma mulher na boate Sutton, em Barcelona, na madrugada do dia 31 de dezembro de 2022. Uma das amigas da jovem espanhola afirmou que Alves ejaculou dentro da vítima no momento do estupro e que, antes, teve um comportamento agressivo. O depoimento foi realizado durante o julgamento do caso, que durou entre 5 e 7 de fevereiro. Ao todo, a justiça ouviu vinte e oito testemunhas, indicadas pela defesa e pela acusação. Desde que a investigação começou, Daniel Alves apresentou cinco versões do que aconteceu. Como saída, a defesa do jogador tem investido na versão de que ele estava muito embriagado na boate. O argumento foi defendido pela advogada de defesa; esposa de Alves, Joana Sanz; amigos; e pelo psicólogo que o acompanhou ao longo do ano passado. Vale lembrar que o Código Penal espanhol tem dois artigos que estabelecem que o consumo de álcool pode ser um atenuante em casos de agressão sexual. Entenda Por que defesa apostou na versão da embriaguez A polícia da Catalunha afirma que: o suposto crime ocorreu na noite de 30 de dezembro de 2022, em uma boate em Barcelona; a suposta vítima alegou ter sofrido a agressão sexual por Daniel Alves no local, e se queixou com funcionários da boate; segundo fontes policiais ouvidas pela agência de notícias Reuters, ela disse que o jogador a tocou debaixo de sua saia; a direção da discoteca chamou a polícia, mas quando os policiais chegaram ao local, o jogador já havia ido embora, de acordo com a denúncia Robinho Ministério Público de Milão pede a extradição de Robinho e envia mandado de prisão internacional Em outubro de 2022, o Ministério da Justiça da Itália encaminhou ao Brasil um pedido de extradição do atacante Robinho, condenado no país europeu a nove anos de prisão por violência sexual em grupo. O Brasil, no entanto, não permite a extradição de brasileiros natos. Ainda assim, o jogador pode ser preso caso decida deixar o país. Há ainda a possibilidade de o governo italiano pedir ao governo brasileiro para que o jogador cumpra a pena no Brasil. O caso aconteceu em janeiro de 2013, dentro de uma boate em Milão, contra uma jovem albanesa de 23 anos. De acordo com a investigação, a jovem estaria bêbada "ao ponto de ficar inconsciente" e teve relações sexuais quando não era capaz de resistir. A defesa de Robinho alegou no julgamento que houve consenso da mulher no ato sexual. Em janeiro de 2022, o Supremo Tribunal da Itália confirmou a condenação de Robinho e de seu amigo Ricardo Falco pelo crime. Em depoimento em 2014, o jogador admitiu que houve sexo oral, mas com permissão da garota e sem a participação de outras pessoas. Entenda o caso. Neymar ◾ Fim de contrato com a Nike Nike rompeu contrato com Neymar por causa de investigação de assédio sexual, diz jornal Em maio de 2021, o jornal americano The Wall Street Journal revelou que a Nike rompeu o contrato de patrocínio com Neymar porque fez uma investigação interna de um suposto caso de assédio sexual. O caso teria acontecido em 2016, quando Neymar e Michael Jordan, ídolo do basquete mundial, participaram juntos de uma campanha publicitária em Nova York. Nessa viagem, uma funcionária da Nike relatou que teria sido vítima de assédio em um hotel. Dois anos depois, durante uma reunião com lideranças da empresa, a funcionária fez a denúncia e a Nike abriu uma investigação interna, sem envolver as autoridades. De acordo com a publicação, Neymar teria se recusado a contribuir com essa investigação e, por esse motivo, a empresa resolveu romper o contrato que mantinha com o atleta desde os 13 anos de idade dele. Entenda na reportagem. Pelas redes sociais, Neymar disse que ''afirmar que o meu contrato foi encerrado porque não contribuí de boa-fé com uma investigação é absurdo, mentiroso." Ressaltou que “em 2017 viajei novamente para os EUA para campanha publicitária, com as mesmas pessoas, nada me contaram, nada mudou! Em 2017, 2018, 2019 fizemos viagens, campanhas, inúmeras sessões de gravação. E nada me contaram. Um assunto com tamanha gravidade e nada fizeram. Não tive sequer oportunidade de conversar, saber os reais motivos da sua dor. Essa pessoa, uma funcionária, não foi protegida. Eu, um atleta patrocinado, não fui protegido.” ◾ Acusação de estupro e agressão em Paris Em depoimento, Neymar diz que fez sexo consentido com Nájila Mendes de Sousa Em julho de 2019, a Polícia Civil de São Paulo não indiciou Neymar no inquérito que apurava as acusações de estupro e agressão feitas por Najila Trindade Mendes de Souza contra o jogador. No relatório final do inquérito a delegada informou que os depoimentos e provas apresentados à polícia pela vítima apresentaram "incongruências". O caso aconteceu em Paris, na França, mas Najila registrou ocorrência de estupro em uma delegacia de São Paulo. No relatório final, a delegada concluiu que "diante dos elementos colhidos no curso da investigação policial, não vislumbro elementos para o indiciamento do investigado, uma vez que as versões são conflitantes, com incongruências nas declarações da vítima e, principalmente, nas provas apresentadas pela mesma". Relembre a cronologia do caso. Dois meses depois, em setembro de 2019, a polícia indiciou Najila por fraude processual, denúncia caluniosa e extorsão no caso. Além disso, o ex-marido dela, Estivens Alves, foi denunciado por fraude processual e divulgação de conteúdo erótico. Em novembro de 2020, os dois foram absolvidos.
Fonte: G1 -
Sentença diz que o tribunal considera comprovado que a vítima não consentiu e que existem elementos de prova suficientes para a condenação. A defesa de Daniel informou que vai recorrer da decisão. Julgamento durou três dias e terminou em 7 de fevereiro, quando o jogador prestou depoimento. Daniel Alves é condenado a 4 anos e 6 meses na Espanha por agressão sexual O ex-jogador da seleção brasileira Daniel Alves foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão por estupro nesta quinta-feira (22). A sentença foi anunciada pelo tribunal de Barcelona e diz que foi comprovado que o brasileiro agrediu e abusou da mulher no banheiro da boate Sutton, em 2022. A condenação foi dada pela juíza Isabel Delgado na 21ª Seção de Audiência de Barcelona. Daniel Alves chegou ao local por volta das 10h (6h no horário de Brasília) e todas as partes envolvidas no processo contra o jogador estavam presentes: a promotora, Elisabet Jiménez; a promotora e advogada da denunciante, Ester García; e a defesa e advogada de Daniel, Inés Guardiola. A advogada do ex-jogador disse acreditar na inocência do acusado e que vai recorrer da decisão. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Veja abaixo os principais pontos da sentença de Daniel Alves: Condenação de 4 anos e 6 meses de prisão. Pena de liberdade supervisionada por cinco anos, e nove anos de afastamento da vítima após o tempo na prisão. Indenização de 150 mil euros (cerca de R$ 804 mil) à vítima por danos moral e físico, além de arcar com as custas do processo. Multa de 9 mil euros (cerca de R$ 48 mil), em 150 euros diários durante dois meses, pelo delito de lesão corporal leve. A defesa do ex-jogador pode recorrer da decisão em duas instâncias: no Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC) e no Supremo Tribunal da Espanha. Enquanto recorrer, Daniel segue preso, segundo o tribunal. A advogada de Alves já avisou que vai recorrer. Para o tribunal, ficou comprovado que a vítima não consentiu e que existem elementos, além do testemunho da denunciante, para considerar provada a violação. Os três elementos que comprovaram a violação são, segundo o tribunal: a existência de lesões nos joelhos da vítima; seu comportamento ao relatar o ocorrido; e a existência de sequelas. A resolução explica que "para a existência de agressão sexual não é necessário que ocorram lesões físicas, nem que haja uma oposição heroica por parte da vítima em manter relações sexuais". Além disso, especifica que "no presente caso, encontramo-nos ainda com lesões na vítima, que tornam mais do que evidente a existência de violência para forçar sua vontade, com a subsequente penetração sexual que não é negada pelo acusado". Entre outros pontos, a sentença afirma que: a denúncia da vítima não tinha interesse econômico. o depoimento da vítima foi "coerente e especialmente persistente". não há dúvida de que a penetração vaginal aconteceu com violência. por tudo o que foi relatado pela vítima e pelos laudos fornecidos, concluiu-se que "a denúncia, a priori, traria mais problemas ao denunciante do que vantagens". a vítima teve medo de denunciar por causa da repercussão do caso e de o risco de sua identidade ser revelada. LEIA TAMBÉM: Entenda como foi o julgamento de Daniel Alves, condenado de estuprar uma mulher em Barcelona Caso Daniel Alves: relembre jogadores condenados ou acusados de assédio sexual Julgamento de Daniel Alves Jordi BORRAS / POOL / AFP A sentença, de 61 páginas, diz que o tribunal considera provado que "o acusado agarrou bruscamente a denunciante, a derrubou ao chão e, impedindo-a de se mover, penetrou-a vaginalmente, apesar de a denunciante dizer que não, que queria ir embora". Com isso, entende que "com isso se configura a ausência de consentimento, com o uso de violência, e com acesso carnal". O julgamento de Alves durou três dias e terminou no dia 7 de fevereiro, quando o jogador prestou depoimento. Na sessão, ele chorou e negou a agressão sexual. Disse ainda que a relação com a denunciante foi consensual (leia detalhes mais abaixo). À época, a defesa de Daniel Alves pedia a liberdade condicional e a absolvição dele. Já o Ministério Público local pedia nove anos de prisão, enquanto a defesa da denunciante queria uma sentença de 12 anos de encarceramento. No total, 28 testemunhas, indicadas pela defesa e pela acusação, foram convocadas pela Justiça espanhola para os depoimentos. A mãe do ex-jogador também participou do julgamento. Lucia Alves, que foi a primeira a chegar ao Tribunal, foi convocada como testemunha. As versões de Daniel Alves Antes do começo do julgamento, Daniel Alves apresentou quatro versões sobre o que aconteceu na boate Sutton. Durante o julgamento, ele contou algo diferente: pela primeira vez, afirmou que estava muito embriagado. Veja abaixo os diferentes relatos que ele já deu sobre o caso. No início de janeiro de 2023, em um vídeo enviado ao canal espanhol Antena 3 depois que o caso veio a público, o jogador negou ter ocorrido relação sexual e disse que sequer conhecia a denunciante. "Nunca vi essa senhora na vida", afirmou. Dias depois, em um primeiro depoimento à polícia, Daniel Alves declarou ter entrado no banheiro junto com a espanhola, mas negou ter havido qualquer relação entre os dois. Em 20 de janeiro, convocado a um segundo depoimento em uma delegacia de Barcelona, quando foi preso em flagrante, o jogador Alves alegou que a jovem praticou sexo oral nele, porém de forma consensual. O atleta mudou a versão ao ser confrontado pela polícia com imagens da boate. Em 17 de abril de 2023, já preso, Daniel Alves declarou à juíza responsável pelo caso que manteve relações sexuais consensuais com penetração (àquela altura, exames periciais haviam encontrado sêmen do jogador na espanhola). O brasileiro, que era casado com modelo espanhola Joanna Sanz quando ocorreu o episódio na boate, argumentou ter mentido, em um primeiro momento, para ocultar uma relação extraconjugal. No dia 7 de janeiro de 2024, durante seu julgamento, ele foi interrogado pela própria advogada. Nesse depoimento, ele chorou e afirmou que bebeu excessivamente naquela noite. Veja como foi o julgamento Dia 1 - Segunda-feira, 5 de fevereiro Daniel Alves senta no banco dos réus em primeiro dia de julgamento em Barcelona ▶️ No primeiro dia de julgamento, a defesa de Daniel Alves pediu (e conseguiu) que o jogador fosse o último a depor. O jogador, que está em prisão preventiva há mais de um ano, acompanhou a audiência no Tribunal de Barcelona. Ele não estava algemado. Esta foi a primeira vez que ele apareceu publicamente desde que foi preso, em 20 de janeiro de 2023. ▶️A mulher que acusa Daniel Alves prestou depoimento por cerca de uma hora. Ela estava acompanhada de psicólogos e falou aos juízes na mesma sala em que o jogador estava, mas os dois não tiveram contato visual. A imprensa foi proibida de acompanhar o depoimento. ▶️A imprensa espanhola, com base em fontes judiciais, informou que a denunciante manteve sua versão original, a de que foi estuprada pelo ex-jogador. Uma amiga dela também foi ouvida na segunda-feira. Ela disse que Daniel Alves teve um comportamento agressivo e ejaculou dentro da denunciante. ▶️Também no primeiro dia, a advogada de Daniel Alves, Inés Guardiola, afirmou que o jogador se diz vítima de um "tribunal paralelo", criado , segundo ele, pela opinião pública. A defesa pediu a anulação do julgamento, alegando que a juíza responsável pelo caso não aceitou que um segundo perito examinasse a vítima. ▶️A advogada solicitou também que novos testes fossem realizados e, só depois disso, que o julgamento fosse retomado. A juíza não acatou o pedido, e a Promotoria contestou na sessão que todos os direitos do acusado foram preservados. ▶️ Também prestaram depoimento no primeiro dia uma amiga e uma prima da denunciante. Elas falaram na condição de testemunhas. As duas mulheres acusaram Daniel Alves de as apalpar na mesma noite em que a amiga delas denunciou o estupro. Dia 2 - Terça-feira, 6 de fevereiro Joana Sanz, esposa de Daniel Alves, saindo de tribunal LLUIS GENE / AFP ▶️ A modelo espanhola Joana Sanz, esposa de Daniel Alves, prestou depoimento no segundo dia. A imprensa local, que acompanha os depoimentos, informou que a mulher do atleta disse aos juízes que, na madrugada de 31 de dezembro de 2022 (pelo horário local), o marido saiu para jantar com amigos. ▶️ Segundo Joana, Daniel Alves voltou para casa por volta das 4h e muito embriagado. Ela disse ainda que ele "bateu no armário e caiu na cama". ▶️ O depoimento de Joana foi um pedido da defesa do jogador. A expectativa, portanto, era que ela falasse a favor do marido. De acordo com a imprensa espanhola, a modelo pediu divórcio de Daniel Alves ainda no ano passado, após a prisão preventiva dele. A advogada do jogador negou a informação. ▶️ Bruno Brasil, o amigo que estava com Daniel Alves no momento em que ele abordou a jovem espanhola na boate, também prestou depoimento na terça. Disse que não viu a vítima chorar nem manifestar desconforto após sair do banheiro onde, segundo ela, ocorreu o estupro. ▶️ No depoimento, Bruno afirmou que Daniel Alves e a denunciante "dançaram com respeito" e que houve uma "química respeitosa" entre os dois. Dia 3 - Quarta-feira, 7 de fevereiro Julgamento por estupro do ex-jogador de futebol Daniel Alves começa na Espanha Jornal Nacional/ Reprodução ▶️ Dia do depoimento de Daniel Alves à Justiça. Ao responder a perguntas de sua advogada, o jogador chorou e afirmou que bebeu excessivamente na madrugada de 31 de dezembro de 2022. De acordo com o relato do jornal "Marca", o brasileiro chorou bastante, a ponto de ter dificuldade para completar as frases. ▶️ Daniel Alves afirmou ainda que não é um homem violento e que não forçou a denunciante a acompanhá-lo ao banheiro. Disse que mentiu na primeira versão, quando afirmou que não teve contato nenhum com a espanhola. A decisão seria para evitar que sua esposa soubesse. ▶️ No depoimento, Daniel Alves afirmou que chegou às 2h30 da madrugada na boate e que haviam mudado o camarote que ele deveria ocupar. ▶️ O jogador declarou que dançou por um tempo com duas mulheres e que depois convidou outras três -- entre elas, a denunciante. ▶️ Daniel Alves disse que só soube pela imprensa que era acusado de estupro e que está praticamente arruinado, porque suas contas bancárias foram bloqueadas e ele perdeu contratos no Brasil. ▶️ Após a fala de Daniel Alves, representantes do Ministério Público e a advogada de defesa expuseram seus argumentos pela última vez.
Fonte: G1 -
Após a escalada nas medidas e no tom da crise diplomática aberta entre Brasil e Israel, o governo brasileiro decidiu ajustar os rumos das manifestações públicas. Segundo diplomatas, a hora é de adotar prudência e usar o tom certo nas falas, para não ser "pautado pela antidiplomacia de posts" adotada por Israel – e que atende somente aos interesses políticos do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Lula errou ao comparar a ofensiva das forças israelenses na Faixa de Gaza após o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023 com o Holocausto nazista capitaneado por Adolf Hitler. Mas Israel, por meio de seu chanceler, Israel Katz, teve reação desmedida ao expor o embaixador brasileiro, Frederico Meyer, como fez. E diplomatas entendem que o jogo político iniciado ali precisa ser interrompido. Segundo essas fontes, a escalada da agressividade no tom de Katz mudou o patamar da crise. O chanceler israelense chegou a dizer que a comparação de Lula foi um "cuspe na cara dos judeus brasileiros". Mauro Vieira classifica como ‘inaceitáveis e mentirosas’ declarações de Israel contra Lula Na visão desses diplomatas, o governo israelense rebaixou a discussão a um patamar inferior, deslocado da diplomacia, uma arena política de agressividade e oportunismo. "É isso que eles buscam", disseram interlocutores ouvidos pelo blog. Um dos diplomatas resumiu a postura que será adotada a partir de agora: "Não vamos ser pautados pela antidiplomacia do governo Netanyahu. Uma Casa que tem o Barão do Rio Branco como patrono não vai ficar 'tretando' por redes sociais". A "antidiplomacia de post" de Netanyahu foi duramente criticada internamente no governo. Agora, com a consciência de que escalar o conflito é alimentar uma realidade que só joga a favor de Netanyahu. Os diplomatas afirma que o foco agora deve se voltar para o G20 e a situação dos civis palestinos e dos reféns israelenses – e a comunicação pública deve refletir isso. Barroso diz que Holocausto é tema que não pode ser 'banalizado' Reações Nesta quarta-feira (21), mais uma vez, o ministro das Relações Exteriores de Israel se dirigiu ao presidente Lula em uma rede social. Ele publicou um vídeo ao lado de uma brasileira que sobreviveu ao ataque terrorista do Hamas em outubro de 2023. No vídeo, Rafaela Triestman conta detalhes dos ataques e critica a atuação do governo brasileiro. Em nota, o Palácio do Planalto rebateu. Disse que o Brasil prestou assistência aos brasileiros na região, condenou os ataques do Hamas e ofereceu condolências e os serviços consulares aos brasileiros. Diplomatas entendem , internamente, que houve tentativa de explorar o sofrimento humano para fins políticos nesse episódio. Também nesta quarta, o Brasil nomeou o diplomata Fábio Moreira Farias para ser encarregado de negócios do Brasil em Tel Aviv, um cargo de nível hierárquico menor do que o de embaixador. É mais um sinal de que os dois países estão com o diálogo prejudicado. Brasil discursa na Corte Internacional de Justiça, em caso que discute políticas e práticas de Israel em territórios palestinos ocupados
Fonte: G1 -
Primeiro evento do G20 no Rio termina nesta quinta (22), quando ministros de Relações Exteriores de todos os membros do grupo vão debater sobre a possibilidade de reforma da governança global. Ministros das Relações Exteriores encerram encontro do G20 no Rio Após receber as delegações do G20 para um jantar no Palácio da Cidade na noite da última quarta-feira (21), o prefeito Eduardo Paes (PSD) participou, na manhã desta quinta-feira (22), da abertura do segundo dia de plenária dos chanceleres do grupo na Marina Glória, na Zona Sul do Rio. A Reunião de Chanceleres do G20 é o encontro mais importante da trilha diplomática do grupo das maiores economias do mundo antes da cúpula que reunirá chefes de Estado e de governo em novembro, também no Rio de Janeiro. O tema da possibilidade de reforma da governança global é uma das prioridades do Brasil durante seu ano a frente do G20. O objetivo do país é fazer avançar a agenda da reforma em órgãos de governança como a ONU e assim propor mudanças que possam facilitar a resolução de conflitos e impedir que novos desentendimentos possam surgir. O encontro desta quinta tem previsão de terminar às 13h (horário de Brasília), com uma declaração final à imprensa. Essa declaração será apenas em caráter de formalidade --sem definições concretas--, já que o encontro é uma prévia para a Cúpula do G20 em 2024, que vai ocorrer em 18 e 19 de novembro. O evento no Rio acontece em meio a uma crise do governo brasileiro com Israel. Antes do encontro do G20 na quarta (21), o presidente Lula se reuniu com Anthony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos, em que discutiram "questões bilaterais e globais", inclusive o conflito entre Israel e Hamas na faixa de Gaza. Nesta quarta (21), o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) abriu o encontro com um discurso segundo o qual o Brasil não aceita um mundo em que as diferenças sejam resolvidas pela força militar. Ele disse ainda que a ONU está "paralisada". Entre os participantes da reunião do G20, estão o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, e o ministro de relações exteriores russo, Sergei Lavrov, além de ministros e representantes dos 19 países que compõem o G20 mais a União Europeia e a União Africana. O G20 é formado pelos seguintes membros: África do Sul; Alemanha; Arábia Saudita; Argentina; Austrália; Brasil; Canadá; China; Coreia do Sul; Estados Unidos; França; Índia; Indonésia; Itália; Japão; México; Reino Unido; Rússia; Turquia; União Europeia; União Africana.
Fonte: G1 -
Sentença diz que o brasileiro jogou a mulher no chão do banheiro de uma boate em Barcelona, imobilizou-a e penetrou sem consentimento. Advogada do ex-jogador disse acreditar na inocência do acusado e que vai recorrer da decisão. Advogado da vítima de Daniel Alves fala sobre decisão do tribunal Após o tribunal de Barcelona anunciar a condenação do ex-jogador Daniel Alves a 4 anos e 6 meses de prisão por estupro, a defesa da vítima disse estar satisfeita com o resultado. "Estamos satisfeitos porque a sentença reconhece o que sempre afirmamos: que a vítima estava relatando o que sofreu. Estamos satisfeitos e felizes por ela e por todas as outras [mulheres]", afirmou o advogado David Sáez. Sáez também afirmou, entretanto, que apesar de reconhecer a versão da vítima, a condenação poderia trazer um dano não reparado. "Precisamos revisar se o conteúdo integral da sentença, se a gravidade da pena está de acordo com a seriedade dos fatos. Não se reparou o dano e será combatido se precisar." Já a defesa de Daniel Alves disse acreditar na inocência o ex-jogador e que vai recorrer da sentença (leia mais aqui). Anunciada nesta quinta-feira (22), a sentença afirma que foi comprovado que o brasileiro agrediu e abusou da mulher no banheiro da boate Sutton, em 2022. Alves pode recorre da decisão, o que sua defesa já afirmou que irá fazer. A apelação ainda pode ser feita em duas instâncias, no Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC) e no Supremo Tribunal da Espanha. Enquanto recorrer, o ex-jogador deve seguir preso. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O crime de “agressão sexual” está previsto no Código Penal da Espanha e está tipificado no artigo 178: "Quem atacar a liberdade sexual de outra pessoa, recorrendo à violência ou à intimidação, será punido como responsável por agressão sexual com pena de prisão de um a cinco anos". A condenação de Daniel Alves está longe dos 9 anos de prisão solicitados pela Promotoria espanhola e ainda mais distante dos 12 anos pedidos pela vítima. Segundo a sentença, o tribunal aplicou ao jogador de futebol uma circunstância atenuante de reparação do dano ao considerar que "antes do julgamento, a defesa depositou na conta do tribunal a quantia de 150.000 euros para ser entregue à vítima independentemente do resultado do julgamento, e esse fato expressa, segundo o tribunal, 'uma vontade reparadora'". Com isso, a pena do ex-jogador foi reduzida por conta da aplicação dessa atenuante, e não por conta do estado de embriaguez dele, argumento utilizado estrategicamente pela defesa de Alves durante o julgamento com o intuito de reduzir o tempo da possível pena. Daniel Alves é condenado a 4 anos e 6 meses na Espanha por agressão sexual Segundo o jornal catalão "La Vanguardia", além da redução do tempo de condenação, o elemento atenuante abre a porta para que ele possa sair da prisão mediante permissões quando tiver cumprido um quarto da sentença, ou seja, um ano, um mês e quinze dias. Para isso, a decisão deve ser definitiva e, portanto, está sujeita aos recursos que a acusação possa apresentar. Julgamento de Daniel Alves Alberto Estevez/Reuters A juíza Isabel Delgado na 21ª Seção de Audiência de Barcelona também ordenou que Daniel Alves, após cumprir a pena, tenha liberdade supervisionada por cinco anos, fique afastado da mulher por nove anos e pague uma indenização de 150 mil euros (cerca de R$ 804 mil). Ele também deve pagar as custas do processo. Julgamento de Daniel Alves Jordi BORRAS / POOL / AFP LEIA TAMBÉM: Caso Daniel Alves: relembre jogadores condenados ou acusados de assédio sexual Defesa vai recorrer à condenação A advogada de defesa de Daniel Alves, Inés Guardiola, disse na saída do Tribunal de Barcelona que vai recorrer da sentença. "Vamos rever a sentença, mas posso adiantar que vamos recorrer. Ainda sigo acreditando e defendendo a inocência do senhor Alves. Como vocês sabem, quatro anos e meio são muito melhores do que os 9 ou 12 anos solicitados pela acusação, mas é claro que vamos recorrer. Defenderemos sua inocência até o fim", afirmou. Inés Guardiola disse ainda que "Daniel Alves está inteiro" e que vai se encontrar com ele à tarde para explicar a sentença.
Fonte: G1 -
Enquanto a Espanha condenou ex-jogador da Seleção Brasileira – acusado de estuprar uma mulher em uma boate, o que ele nega –, Brasil tem desafio de colocar em prática lei inspirada em experiência de Barcelona. Daniel Alves é acusado de estuprar mulher em boate de Barcelona; ele nega. REUTERS via BBC Duas semanas após a justiça espanhola determinar a prisão preventiva do ex-jogador da Seleção Brasileira Daniel Alves, em 2023, um projeto de lei inspirado no caso foi apresentado no Congresso brasileiro. Mais de um ano depois, a Justiça espanhola condenou Daniel Alves — ele foi acusado de estuprar uma mulher em uma boate de Barcelona, o que ele nega. Ao mesmo tempo, o Brasil enfrenta o desafio de colocar em prática o protocolo "Não é Não", que foi inspirado na experiência espanhola. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A lei brasileira determina regras que estabelecimentos como bares e casas de show devem seguir para prevenir violência contra a mulher e proteger vítimas — inclui treinamento de funcionários e acionamento da polícia (veja mais detalhes abaixo). As medidas valem para a proteção de clientes e funcionárias. Depois da aprovação por parlamentares, a lei foi sancionada no fim de dezembro e entra em vigor 180 dias depois — ou seja, estará valendo no segundo semestre de 2024. Ao mesmo tempo, iniciativas estaduais e municipais também têm sido aprovadas para prever procedimentos para prevenir assédio sexual em estabelecimentos. Especialistas ouvidas pela reportagem concordam que o caso Daniel Alves estimulou diferentes iniciativas no Brasil — um "divisor de águas", nas palavras da promotora do Ministério Público de São Paulo Fabíola Sucasas. Apontam, no entanto, que a conscientização sobre violência sexual e a demanda por mudança de cultura e de comportamento já vinha acontecendo no país. A BBC News Brasil conversou com a autora do projeto de lei e com especialistas que explicam os avanços conquistados, apontam críticas e dizem quais os principais desafios para as regras virarem prática. LEIA TAMBÉM: Veja os principais pontos da sentença que condenou Daniel Alves a 4 anos e 6 meses de prisão Caso Daniel Alves: relembre jogadores condenados ou acusados de assédio sexual Sentença reconhece o que sempre afirmamos, diz defesa da vítima após condenação de Daniel Alves Entenda como foi o julgamento de Daniel Alves, condenado por estuprar uma mulher em boate de Barcelona 'Totalmente inspirado' A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), autora da proposta que virou lei, diz que o projeto foi "totalmente inspirado" no caso de Daniel Alves. "A situação muito grave que aconteceu na Espanha nos alertou para a inexistência no Brasil de um protocolo de atendimento às situações de violência e importunação sexual em casas noturnas." A deputada diz que o Legislativo brasileiro se inspirou no protocolo de Barcelona "para guarda de provas, chamamento da polícia e proteção à vítima". O protocolo brasileiro determina que estabelecimentos como bares e boates devem ter pessoas preparadas para aplicar as regras, ter cartazes que mostram como pedir ajuda à equipe, além de chamar a polícia e colaborar com investigações (veja mais detalhes abaixo). No caso Daniel Alves, especialistas apontam que a boate onde teria ocorrido o caso de violência sexual seguiu um protocolo chamado No Callem, (Não se calem, em tradução livre), criado em 2018 em Barcelona para combater assédio ou violência sexual. A mulher de 23 anos que afirmou ter sido estuprada por Daniel Alves na madrugada de 31 de dezembro de 2022 foi vista chorando por um segurança do local, que a levou para uma sala reservada e aplicou as regras de atendimento, segundo relatos. A polícia foi chamada e coletou provas. A vítima foi levada para o hospital — e foi destacada a rapidez do exame de corpo de delito. Daniel Alves foi preso preventivamente menos de um mês depois. A justificativa do projeto de lei brasileiro cita que foi a aplicação do protocolo pela casa noturna que "assegurou à jovem de 23 anos ser retirada de imediato do local e levada de ambulância para exame de corpo de delito, ser observada por câmeras, ser atendida prontamente, ser protegida de possíveis novas agressões, ser acolhida para possíveis impactos sobre sua saúde integral". O protocolo de Barcelona — que funciona na forma de adesão a um convênio — tem cinco princípios: Prioridade é a atenção à pessoa agredida (e não a acusação do crime ou do agressor) e, quando agressão for grave, a vítima não deve ser deixada sozinha em nenhum momento, a menos que ela peça; Respeito às decisões da pessoa agredida — a última decisão deve ser tomada por quem foi atacado, "mesmo quando parece incompreensível"; Foco não deve estar em um processo criminal; Rejeição à atitude do agressor — evitar demonstrar cumplicidade com o agressor, mesmo que seja para reduzir a tensão do ambiente; Informação rigorosa — a privacidade da pessoa agredida e a presunção de inocência da pessoa acusada devem ser respeitadas. O foco no acolhimento à vítima é um dos pontos centrais do protocolo da cidade catalã, destaca Amanda Sadalla, diretora executiva da Serenas, organização sem fins lucrativos que atua na prevenção e enfrentamento de violências contra meninas e mulheres. "O mais importante (no protocolo de Barcelona) é proteger a vítima, e não a perseguição ao agressor", diz. "No Brasil, ainda temos muito foco em denúncia e pouco em atendimento." Ela explica que o protocolo reconhece que a denúncia não será necessariamente o melhor caminho. "Denunciar traz sofrimento para a vítima. Idealmente, deveria ser fantástico fazer denúncia. Mas, às vezes, o que ela mais vai precisar é acolhimento, apoio físico, psicológico. O trabalho de recuperação da vítima é fundamental." Além disso, um diferencial do protocolo de Barcelona, diz ela, é que ele apresenta um passo a passo detalhado de como colocar as regras em prática. "No Brasil, temos leis fantásticas, mas falta protocolo de como isso entra em vigor", diz. "Um funcionário de bar que pega a lei, ele se pergunta como tornar isso realidade — quem é a pessoa da equipe que tem que ser qualificada? Qual é essa qualificação? Onde consigo encontrar meios?" Entre os pontos do protocolo de Barcelona que não entram na regra brasileira estão medidas de prevenção como não usar critérios sexistas ou discriminatórios para ingresso em um espaço de lazer — por exemplo, cobrar valores de ingressos diferentes para homens e mulheres ou dar entrada gratuita para mulheres. Sucasas define esse tipo de medida como "cortar o mal pela raiz". A promotora, que coordena o núcleo de gênero do Ministério Público de São Paulo, define a experiência de Barcelona como divisora de águas porque "passou-se a colocar a entidade empresarial na responsabilidade de realizar procedimentos, compreender que esses procedimentos devem focar nas vítimas e chamar a questão da reputação (do estabelecimento) como ponto principal". 'Combate a abuso não deve se restringir a boates e casas de show' A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) diz que a nova lei brasileira é "bem-vinda" e afirma que "o esforço para combater a violência de gênero deve ser coletivo e não pode se restringir somente às boates e casas de show". "A missão de combater essas situações de abuso não deve estar restrita somente às boates e casas de show, considerando que essa violência pode acontecer em diversos lugares, como no trabalho e no transporte público, por exemplo", diz a associação. A Abrasel defende que "o poder público forneça ferramentas e metodologias para treinamento dos funcionários, de forma que consigam agir de maneira adequada diante de uma situação de constrangimento ou violência sexual". Uma pesquisa de fevereiro de 2023 da Abrasel diz que 13% dos estabelecimentos já implantaram sinalização sobre canais de denúncia ao assédio contra mulheres e 67% pretendiam implantar em breve. Segundo a Abrasel, "entre as medidas consideradas menos viáveis", estão a vigilância especial em áreas isoladas ou com pouca iluminação (52% creem não ser viável para o estabelecimento) e espaço físico reservado para o acolhimento (58% não veem viabilidade na implantação em seu estabelecimento). A BBC News Brasil procurou a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), mas não teve resposta até a publicação desta reportagem. 'Não é não': o que prevê protocolo criado por lei federal brasileira A lei que cria no Brasil o protocolo "Não é Não" para "prevenção ao constrangimento e à violência contra a mulher e para proteção à vítima" diz que ele deve ser implementado em boates/casas noturnas, espetáculos musicais realizados em locais fechados e em shows, com venda de bebida alcoólica. O protocolo não se aplica a cultos nem a outros eventos em locais de natureza religiosa, segundo a lei. Embora comemore o estabelecimento de protocolos e os recentes avanços na área, a promotora Fabíola Sucasas critica esse trecho da lei. "Infelizmente, eles fizeram uma ressalva, que é nossa crítica, que diz que não se aplica a cultos e eventos realizados em locais de natureza religiosa. Se nós problematizarmos a realidade das mulheres religiosas, estaríamos excluindo as mulheres religiosas de proteção nesses espaços", diz. "Também temos que problematizar quais são esses locais de natureza religiosa — que eventos são esses? Se falamos em quermesses, por exemplo. Existem eventos da cultura brasileira que são realizados em locais de natureza religiosa." A deputada Maria do Rosário diz que houve pressão de setores religiosos "avaliando que festas religiosas poderiam ser fiscalizadas a partir desse protocolo" e diz que esse tipo de fiscalização não era o objetivo. "Foi o recorte que a gente conseguiu para mostrar que não se tratava de nenhuma perseguição de caráter religioso", afirma. "Violência é violência em qualquer circunstância e lugar, mas esse protocolo foi preparado para lugares de diversões e casas noturnas, e é possível que existam outros projetos que realmente abordem o enfrentamento ao assédio ou constrangimento e a violência em outros ambientes." A lei define como constrangimento "qualquer insistência, física ou verbal, sofrida pela mulher depois de manifestada a sua discordância com a interação". E define violência, nesse contexto, como "uso da força que tenha como resultado lesão, morte ou dano, entre outros, conforme legislação penal em vigor". Sucasas também critica a definição, segundo ela, pela "ideia de que o assédio só acontece depois do 'não' expresso". "Nem sempre o 'não' é expresso. Ele pode ser silencioso. O dissentimento não precisa ser expresso, ele pode ser presumido", diz, citando como exemplo caso de 2017 no qual um homem ejaculou em uma mulher em ônibus na Avenida Paulista. "Até ela perceber que ele ejaculou, ficou em silêncio. Isso é um problema, entender que o constrangimento só acontece depois do 'não' expresso." A lei federal prevê, entre os direitos das mulheres: Ser prontamente protegida pela equipe do estabelecimento a fim de que possa relatar o constrangimento ou a violência sofridos; Ser informada sobre os seus direitos; Ser imediatamente afastada e protegida do agressor; Ter respeitadas suas decisões em relação às medidas de apoio previstas na lei; Ter as providências previstas na lei cumpridas com celeridade; Ser acompanhada por pessoa de sua escolha; Definir se sofreu constrangimento ou violência, para os efeitos das medidas previstas na lei; Ser acompanhada até seu transporte, caso decida deixar o local. Para que essas medidas sejam implantadas, a lei prevê, entre os deveres dos estabelecimentos, ter pelo menos uma pessoa na equipe qualificada para atender ao protocolo "Não é Não", além de manter, em local visível, informação sobre a forma de acionar o protocolo e contato da Polícia Militar e da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180). Os estabelecimentos devem se certificar, com a vítima, em possível situação de constrangimento, se há necessidade de assistência. Se houver indícios de violência, os estabelecimentos devem, segundo a lei: Proteger a mulher; Afastar a vítima do agressor, inclusive do seu alcance visual — e ela deve ter o acompanhamento de pessoa de sua escolha; Colaborar para a identificação das possíveis testemunhas do fato; Solicitar o comparecimento da Polícia Militar ou do agente público competente; Isolar o local específico onde existam vestígios da violência, até a chegada da Polícia Militar ou do agente público competente. Se houver câmeras de segurança no local, o estabelecimento deve garantir o acesso às imagens à Polícia Civil, à perícia oficial e aos diretamente envolvidos, além de preservar as imagens relacionadas ao ocorrido por pelo menos 30 dias. Os estabelecimentos podem também, segundo a lei, retirar o agressor do estabelecimento e impedir o seu regresso até o término das atividades, nos casos de constrangimento. Também podem criar um código próprio, divulgado nos banheiros femininos, para que as mulheres possam alertar os funcionários sobre a necessidade de ajuda, a fim de que eles tomem as providências necessárias. A lei federal prevê advertência como penalidade para o estabelecimento que descumprir o protocolo "Não é Não". E determina que cabe ao poder público promover campanhas educativas e formação periódica para conscientização e implementação do protocolo para empreendedores e trabalhadores dos estabelecimentos. A expectativa é que a regulamentação da lei seja feita, nos próximos meses, por decretos pela Presidência da República. Sobre a existência de leis estaduais e municipais sobre o mesmo tema, Sucasas diz que "prevalece a mais favorável à vítima". 'Amigo do dono' Bem antes do caso Daniel Alves e de seus desdobramentos, o treinamento de equipes em bares e eventos para prevenção ao assédio sexual já era o foco do trabalho de Ana Addobbati, fundadora e diretora da Livre de Assédio, empresa que trabalha com esse tipo de capacitação. Addobbati, que acumula experiência nesse tipo de treinamento desde 2017, elogia as novas iniciativas, mas destaca que o desafio, agora, é tirar do papel. "Lei boa é lei que pega." Ela cita a importância de levar em conta as jornadas de trabalho dos profissionais do setor e as metodologias que serão usadas em cursos de capacitação — para não ser um curso "para inglês ver", diz. "É uma metodologia ativa? Há espaço para fazer perguntas? É adulto com letramento formal baixo. As pessoas vão aprender interagindo, perguntando." Outro ponto central, na avaliação de Addobbati, é que os gestores não devem deixar tudo na mão de um funcionário só. "O que mais aprendi quando comecei a desenhar meu negócio era conversar com garçom, com seguranças, que diziam: 'a gente sabe que é assédio, mas tenho muito medo de agir porque o cara pode ser amigo do dono, e homem geralmente consome mais'", diz. "Em Barcelona, o que ficou muito claro é como foi ágil a operação. Não é um trabalho de um homem só, que fez um treinamento online. É ter ali uma liderança, uma organização para que isso funcione." Sadalla, que é mestre em Políticas Públicas pela Universidade de Oxford (Reino Unido), também destaca que o desafio, agora, é que a lei se torne prática. "Aí vem a responsabilidade tanto do governo federal e, em especial, dos governos locais para desenvolver protocolos para seus territórios — e que dialoguem com os serviços locais, para além de polícia militar e disque 180", diz. "Ou vamos repetir o que acontece com várias leis no país — a lei existe, mas não há orientação prática para implementação." Sadalla conta sobre um curso que deu para garçons de festas, num contexto em que ainda não havia protocolo, sobre situações de prevenção à violência sexual. "Eles ficaram bem surpresos que poderiam ajudar com coisas que parecem bobas". Ela dá um exemplo de um bar no qual uma vítima conversa com um homem no balcão, ele fala coisas impróprias e o garçom — que deve estar treinado para isso — vê que ela não consegue responder, embriagada. "Ele pode: 1) estar treinado para perguntar se ela precisa de ajuda; 2) digamos que o garçom não faça nada, essa mulher vai pro banheiro com o cara e sai de lá com uma aparência muito ruim, e chorando. Ela pede ajuda pra alguém no bar. Esse garçom que ouviu o papo antes e viu ela embriagada pode e deve testemunhar. Mas ele precisa ter o treinamento para estar previamente atento a esse tipo de coisa", diz. Carnaval: 7 em 10 brasileiras temem sofrer assédio A violência contra a mulher fora do ambiente doméstico recebe ainda mais destaque no contexto do Carnaval. Em pesquisa divulga nas vésperas do Carnaval pelo Instituto Locomotiva e QuestionPro, mais de sete em cada dez brasileiras disseram que temem sofrer assédio no carnaval. O índice de preocupação era ainda maior para mulheres negras: 75%, comparado a 70% para mulheres brancas. "A diferença entre a violência contra a mulher que acontece dentro de casa e a violência contra mulher que acontece no carnaval, ou em um evento que tem milhares de pessoas, é que em um você identifica o autor e no outro é difícil de identificar. É praticado, muitas vezes, pelo desconhecido, e aí vem toda a necessidade de colaboração das testemunhas, dos funcionários", diz Sucasas. A mesma pesquisa mostrou que metade das entrevistadas disseram que já passaram por situações de assédio no carnaval (52% das mulheres negras e 48% das mulheres brancas). Sucasas, que comemora as regras de proteção à mulher, lembra que a necessidade dessas leis tem um motivo ruim: "Quando a gente necessita de proteção, é porque temos aqueles que violam as leis, porque ainda persistem na manutenção de estereótipos que colocam a mulher no lugar de objetificação, de desrespeito, de naturalização de práticas que são confundidas com paquera ou com abordagens consentidas quando, na verdade, são violações". Isso ocorre, diz ela, "devido ao machismo estrutural" — e por isso considera tão importante que as medidas venham com ações de conscientização e educacionais. A pesquisa do Instituto Locomotiva mostrou que quase todas as entrevistadas (97%) consideram importante a realização de campanhas de combate ao assédio durante o carnaval. E, considerando todos os entrevistados, inclusive homens, a pesquisa aponta que 86% dos brasileiros concordam que o assédio existe no carnaval e é responsabilidade de todos combater essas práticas. Entre as mulheres, o índice é de 89%. "A gente tem que ensinar a pessoa que tem que ouvir uma mulher, porque elas não são ouvidas. A gente tem que ensinar que as mulheres têm que ser atendidas num lugar seguro, de preferência acompanhada de alguém de sua confiança, porque senão a gente ainda tem que desconfiar de que ela também possa ser vítima de abuso sexual ou de desconfiança por parte daquela pessoa que vai atendê-la", diz Sucasas. "O maior desafio é a cultura do estupro, que coloca em xeque a moral sexual da mulher, ainda arraigada naquela compreensão de que existem as mulheres honestas — ainda que seja uma palavra antiga e excluída no nosso código penal —, (...) e aquelas que estão pedindo para serem estupradas." "A paquera continua, e tudo que é feito com consentimento e com vontade continua", diz a promotora.
Fonte: G1 -
Takeshi Ebisawa, de 60 anos, tentou vender urânio e plutônio que ele acreditava que seriam transferidos para o Irã para construir uma bomba nuclear. As autoridades dos EUA afirmam que Takeshi Ebisawa é uma figura importante de um amplo grupo de crime organizado japonês SOUTHERN DISTRICT OF NEW YORK Autoridades nos Estados Unidos indiciaram um suposto integrante da máfia japonesa por tráfico de materiais nucleares. Segundo a acusação, Takeshi Ebisawa, de 60 anos, tentou vender urânio e plutônio que ele acreditava que seriam transferidos para o Irã para construir uma bomba nuclear. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Ebisawa e um outro réu tailandês já haviam sido indiciados em abril de 2022 por tráfico de armas e drogas. Ele pode ser sentenciado com prisão perpétua. As autoridades dos EUA dizem que Ebisawa – que está detido em uma prisão no Brooklyn, em Nova York – é uma figura importante da máfia japonesa, a Yakuza. Os criminosos da Yakuza atuam também fora do Japão, em países como Sri Lanka, Mianmar, Tailândia e EUA. O Departamento de Justiça dos EUA disse que Ebisawa e seus "comparsas mostraram amostras de materiais nucleares na Tailândia" a um agente disfarçado da Agência Antidrogas dos EUA (DEA). O agente se passava por traficante de drogas e armas com ligações a um general iraniano. As amostras nucleares – provenientes de Mianmar – foram apreendidas pelas autoridades tailandesas e transferidas para investigadores americanos. Um laboratório dos EUA confirmou que o material continha urânio e plutônio para uso militar. Os promotores americanos também alegam que Ebisawa tentou adquirir grandes quantidades de armas de uso militar em nome de um grupo rebelde não especificado em Mianmar. As armas incluíam mísseis terra-ar, rifles de assalto e de precisão, metralhadoras, foguetes de vários calibres e uma variedade de equipamentos táticos. "É assustador imaginar o que poderia ter acontecido se estes esforços tivessem tido sucesso, e o Departamento de Justiça responsabilizará aqueles que traficam estes materiais e ameaçam a segurança nacional dos EUA e a estabilidade internacional", disse o procurador-geral assistente Matthew G. Olden em um comunicado na quarta-feira (21). Imagem ilustrativa de urânio: as amostras nucleares – provenientes de Mianmar – foram apreendidas pelas autoridades tailandesas e transferidas para investigadores americanos GETTY IMAGES Em fevereiro de 2020, Ebisawa teria contatado o agente americano disfarçado oferecendo materiais nucleares. Segundo os promotores dos EUA, ele explicou por meio de comunicações criptografadas que o urânio "não é faz bem para a saúde". Em setembro daquele ano, Ebisawa supostamente enviou por e-mail ao agente americano uma carta com o nome de uma empresa de mineração. Ele se ofereceu para vender 50 toneladas de urânio e tório por US$ 6,85 milhões (cerca de R$ 34 milhões). Os promotores também dizem que ele enviou fotografias mostrando "um material rochoso escuro" com um contador Geiger, usado para medir os níveis de radiação. Ebisawa enfrenta acusações que incluem conspiração para cometer tráfico internacional de materiais nucleares, conspiração para importação de narcóticos, conspiração para adquirir, transferir e possuir mísseis antiaéreos e lavagem de dinheiro. O outro réu no caso, Somhop Singhasiri, um cidadão tailandês de 61 anos, enfrenta acusações de posse de drogas e armas. Ambos serão processados em um tribunal federal de Nova York, com audiência marcada para esta quinta-feira (22).
Fonte: G1